Se você gosta de praia, provavelmente já ouviu falar das Maldivas. O país, um arquipélago no Oceano Índico composto de 1190 ilhas de corais, é sonho de consumo de muitos viajantes.

Que o país parece o paraíso na Terra, muita gente sabe. Suas areias brancas, mares calmos azul turquesa e resorts de luxo são notórios e procurados por turistas do mundo todo. Mas o que as pessoas em geral desconhecem é a história e o contexto do país. Por isso, hoje resolvi escrever um pouco sobre as Maldivas para além das suas incríveis praias.

Um pouquinho da história recente das Maldivas

As Maldivas foram um sultanato desde o séc. XII, tendo se tornado protetorado britânico em 1887. As ilhas adquiriram sua independência em 1965 e três anos depois se tornaram uma república.

As eleições de então levaram ao poder Maumoon Gayoom, que foi posteriormente eleito para seis termos consecutivos por referendos realizado por seu partido. Com isso, Gayoom permaneceu no poder por 30 anos.

Em 2003, após diversos protestos na capital Malé, Gayoom iniciou um processo de liberalização e reformas democráticas no país, com mais representação política e maiores liberdades aos cidadãos. Uma nova Constituição foi criada em 2008, ano em que, pela primeira vez, o país vivenciou eleições presidenciais multi-partidárias. Gayoom foi então derrotado por Mohamed Nasheed, a quem ele havia encarcerado anos antes.

Em 2012, a determinação de Nasheed de prender um juiz levou a inúmeros protestos no país, que acabaram culminando com a sua saída do poder. Um ano depois, em uma nova eleição, Nasheed foi derrotado por Abdulla Yameen Abdul Gayoom. As instituições democráticas do país foram enfraquecidas, as liberdades civis e a liberdade de imprensa limitadas e os oponentes políticos do presidente foram presos. Em 2018, Yameen perdeu a reeleição para Ibrahim Mohamed Solih que, apoiado por uma aliança de quatro partidos, defendeu o restabelecimento das normas democráticas do país.

Geografia

As Maldivas ficam no Oceano Índico, entre o leste da África e a ponta sul da Ásia. É o menor país asiático, portanto para encontrá-lo é preciso dar bastante zoom no mapa. Das suas 1190 ilhas, apenas 200 são habitadas, sendo que outras 80 são ocupadas por resorts turísticos.

As Maldivas são o país mais baixo do mundo. Isso significa que será um dos primeiros países a desaparecer com o aumento do nível do mar resultante do aquecimento global. Seu clima é tropical e úmido e o país está suscetível as monções vindas do nordeste (de novembro à março) e do sudeste (de junho à agosto). É prudente, portanto, escolher bem a melhor época para visitar as Maldivas.

Etnografia

As Maldivas têm quase 400.000 habitantes, em sua maioria pertencentes aos grupos étnicos sul-indianos, cingaleses e árabes. As línguas oficiais do país são Dhivehi e inglês (falado especialmente nos resorts e também pelos oficiais do governo).

A religião oficial do país é o islamismo. Os maldívios abraçaram o islamismo em meados do séc. XII e a religião tem um papel importante na sociedade local. Isso significa que o consumo de álcool é proibido no país, embora os resorts abram exceções para os turistas. Também não se deve circular com roupas curtas, exceto dentro dos resorts (mulheres não precisam cobrir a cabeça, mas devem cobrir suas pernas e ombros).

Quanto custa viajar para as Maldivas?

As Maldivas não são um destino barato. Segundo o site Quanto Custa Viajar, em 2016 a média da diária de um resort nas Maldivas era de 300,00 a 1000,00 dólares (em geral, com refeições inclusas). E o transporte entre as ilhas variava de 170,00 a 300,00 dólares (o aeroporto fica em uma ilha, diferente das ilhas onde estão a capital e os resorts).

Mas há maneiras de viajar às Maldivas sem gastar rios de dinheiro. Tanto o site Quanto Custa Viajar como o Skyscanner trazem informações importantes nesse sentido. Portanto, vale a pena dar uma conferida!

Ah, e vale lembrar que embora a moeda do país seja a rupia maldívia, o dólar é amplamente aceito ali.

E como é que eu fui parar nas Maldivas?

Eu tive o privilégio de visitar esse destino incrível em 2013. Na época, o país passava por uma grave crise política e tive a oportunidade de participar de uma missão da ONU para lá.

Isso significa que não pude passear e confesso que ver aquela paisagem pelas janelas de salas de reuniões foi difícil! Foi uma das semanas mais exaustivas que já passei, com reuniões das 8h da manhã às 20h. Mas foi também uma chance ímpar de conhecer o país mais a fundo, para além de seus atrativos turísticos.

Por sorte, entre o dia em que a missão terminou e o meu retorno para o Brasil, consegui uma tarde para visitar um dos resorts próximos à capital Malé. E vi a praia mais incrível de toda a minha vida! Como fiquei poucas horas no resort, comprei um day use que incluía transporte de Malé para a ilha, uma refeição e uma bebida. No resort, fiquei curtindo a praia e paguei à parte para fazer snorkel, onde tive a oportunidade de nadar com tubarões. Retornei à capital já à noite, para pegar meu voo no dia seguinte.

Planejando sua Viagem

Fiz este post porque acho importante que as pessoas conheçam o contexto dos destinos que desejam visitar. Além de ser interessante aprender sobre outros países, é importante também para que se faça um planejamento de viagem bem-informado.

As Maldivas são um país relativamente seguro. Mas é sempre bom entender o contexto e as regras locais para garantir uma viagem tranquila e inesquecível. E você, conhece algo mais sobre o país? Tem alguma dica de viagem útil para quem deseja visitá-lo? Curta, comente e compartilhe!

Até a próxima!