A Estônia é um pequeno país europeu localizado nas margens do mar Báltico. Assim como outros países da região, a Estônia sofreu muitas ocupações e conflitos ao longo dos séculos. E embora isso tenha causado impactos ainda hoje visíveis na sua população, também enriqueceu muito a sua cultura e história.

Cidade Antiga, Tallinn, Estônia

Um dos portões da cidade antiga, Tallinn

Aqui, você vai conhecer um pouco mais sobre esse país do mar Báltico e ver o que faz da Estônia um país tão interessante para se visitar.

História

Os assentamentos humanos mais antigos encontrados na Estônia datam de 10.000 anos. Os povos fino-úgricos do leste chegaram à região do país por volta de 3.500 a. C, se misturaram com os povos neolíticos e ali acabaram permanecendo, quase que em rejeição à sua natureza nômade.

Em 1208, dinamarqueses e alemães cristãos conquistaram parte da Estônia. E apesar da resistência dos locais, o país acabou sendo inteiramente tomado e dividido entre os conquistadores cristãos. Os nativos, que eram pagãos, foram sendo lentamente convertidos ao cristianismo.

No séc. XVI, a Reforma Protestante chegou à Estônia, ocasionando a reorganização da igreja. No mesmo período, Ivan o Terrível (o primeiro Tsar russo), ameaçava tomar o território estoniano. Em 1558, o Tsar concretizou a ameaça e tropas russas lideradas pela cavalaria tartar atacaram o país, deixando um rastro de destruição. A Polônia, a Dinamarca e a Suécia acabaram entrando no conflito. Como resultado, cerca de metade da população rural morreu, cerca de ¾ das fazendas foram destruídas e quase todos os castelos e fortalezas da Estônia foram saqueados.

Cidade Antiga, Tallinn, Estônia, Países do Báltico

Resquícios da cidade antiga, Tallinn

A guerra foi vencida pela Suécia, que assumiu o controle da Estônia. Sob domínio sueco, as cidades estonianas prosperaram através do comércio, embora o campesinato ainda vivesse uma vida dura. O clero sueco fundou escolas nas vilas e ensinou os camponeses a ler e escrever. E a universidade Tartu foi fundada nesse mesmo período. Mas o país começou a entrar em declínio quando doenças e fome acabaram atingindo-o duramente no séc. XVII.

No início do séc. XVIII, Polônia, Dinamarca e Rússia se aliaram contra a Suécia na 2a Guerra Nórdica para retomar seus territórios perdidos. Tallin (hoje a capital da Estônia), acabou por se render e a Suécia foi derrotada. A Estônia passou a ser dominada pela Rússia, que adotou uma postura ainda mais dura contra os camponeses. Foi somente no séc. XIX que os camponeses foram libertados da servidão e passaram a ter um pouco mais de liberdade.

História Mundial, Estônia

Perna Curta, a torre medieval mal assombrada de Tallinn

No final do séc. XIX, uma nova elite estoniana passou a promover o despertar nacional, levando o país a se identificar como uma nação. Mas com a ascenção do Tsar Alexandre III, o processo de “russificação” se intensificou. E dentre as várias medidas tomadas pelo Tsar na Estônia estava a determinação de que o russo se tornasse a língua oficial de instrução.

Com a industrialização e a ligação ferroviária entre a Estônia e a Rússia, os trabalhadores estonianos passaram a reproduzir manifestações de descontentamento como as que ocorriam na Rússia. Em 1905 a revolução iniciada na Rússia chegou ao país e a resposta brutal do Tsar Nicholas II acabou por irritar ainda mais os rebeldes estonianos. Além disso, o envolvimento da Rússia na 1a Guerra Mundial acabou custando milhares de vidas estonianas.

Com a revolução russa de 1917 e a abdicação do Tsar, a Estônia viu uma oportunidade para se libertar. Em fevereiro de 1918, a Alemanha tomou o país e ele declarou sua independência. Contudo, o Tratado de Brest-Litovsk transferiu a soberania sobre os países Bálticos da Rússia para a Alemanha e os estonianos se viram novamente dominados.

Monumentos em Tallinn, Estônia

A Coluna da Vitória na Praça da Liberdade, em Tallinn

Com a derrota da Alemanha contra os Aliados em 1918, o governo provisório da Estônia proclamou sua independência, mas o governo soviético declarou o Tratado de Brest-Litovsk nulo. Logo o exército vermelho tomou o país, mas com o apoio dos britânicos, finlandeses, dinamarqueses e poloneses, a Estônia conseguiu vencer a guerra. Como resultado, em 1920 a Rússia assinou o Tratado de Paz de Tartu, renunciando seus direitos sobre o território estoniano.

Mas o medo do comunismo e a Grande Depressão fizeram com que Konstantin Päts, líder do governo transitório estoniano, e Johan Laidoner, líder do exército, violassem a constituição e tomassem o poder sob o pretexto de proteger a democracia. O ano era 1934 e foi então começou a ditadura na Estônia, conhecida como era do silêncio.

Em 1939, a Alemanha Nazista e a URSS negociaram um pacto pelo qual a Estônia seria entregue à Stalin. Soldados russos chegarm ao país e os líderes do governo foram tirados do poder e enviados à prisões russas. Um governo submisso à Rússia foi instaurado e em 1940 os soviéticos aceitaram o “pedido” da Estônia de integrar à URSS.

Execuções e deportações em massa devastaram o país. Milhares de estonianos foram enviados para campos de trabalho forçado no norte da Rússia. Por isso, quando os soviéticos fugiram do avanço das tropas alemãs, a Estônia recebeu os nazistas como libertadores. Todavia, os nazistas não tinham intenção de conceder soberania à Estônia e as esperanças do país foram destruídas quando os alemães começaram a executar colaboradores comunistas. Milhares de pessoas foram assassinadas. A URSS bombardeou várias cidades da Estônia e em 1944 os nazistas se retiraram do país.

Russia e Estônia, países do norte

Igreja Ortodoxa Russa (Catedral Alexander Nevsky), Tallinn

Após a 2a Guerra Mundial, a Estônia foi de novo anexada à URSS. Repressão, trabalhos forçados e execuções eram a ordem do dia. Os estonianos formaram então uma guerrilha, os chamados Forest Brothers. Mas o grupo teve pouco sucesso e foi logo destruído.

Com a Guerra no Afeganistão e a crise econômica da URSS na década de 1980, o movimento dissidente da Estônia passou a ganhar força. Protestos e manifestações durante o Festival de Música de 1988 chamaram a atenção da comunidade internacional. Em 1989, a Estônia declarou os eventos de 1940 “agressão militar” e em 1990 realizou eleições livres. O país finalmente conseguiu sua independência em 1991. Com a independência, aqueles que haviam imigrado para a Estônia após a sua anexação à URSS em 1940 (em sua maioria russos) foram obrigados a requerer oficialmente a cidadania estoniana e comprovar proficiência no idioma para poder permanecer no país.

População

Os estonianos são conhecidos como um dos povos mais tristes da Europa. Isso não é só a percepção de quem visita o país. A própria população se reconhece dessa forma e associa isso ao fato de terem sido tão oprimidos, por tanto tempo.

Estonianos, Estônia, Países do Báltico

Sobre os estonianos

De fato, ao longo de vários séculos a Estônia foi ocupada por nada menos que a Dinamarca, a Suécia, a Alemanha e a Rússia. E sua independência só foi alcançada após muitas guerras e sofrimento. Mas ainda assim, trata-se de um país de rica história e muito bonito de se visitar.

Geografia

A Estônia está situada na Europa Oriental, entre o mar Báltico e a Rússia. Seu clima é marítimo, úmido e com inverno e verão moderados. O país possui mais de 1.400 lagos naturais e artificiais. Mais de 1.500 ilhas fazem parte da Estônia. A água, portanto, é uma importante parte do país.

Os recursos naturais do país são óleo de xisto, argila, calcário e turfa. De seu terreno, apenas 22% é de terras agrícolas, dos quais 15% são terras aráveis.

Tallinn, Estônia, Europa Oriental

A capital Tallinn nos dias atuais

A Estônia possui cerca de 45 mil Km2 e uma população de cerca de 1,251 milhões de pessoas. Os grupos étnicos que compõem o país são estonianos, russos, ucranianos e bielorussos. A população fala majoritariamente estoniano e russo. Quanto à religião, as predominantes no país são a ortodoxa e a luterana, embora a Estônia tenha uma das populações menos religiosas do mundo.

Governo e Economia

A Estônia é uma república parlamentarista. Isso significa que o chefe do Estado e o chefe do Governo são pessoas diferentes. O Presidente do país é eleito indiretamente pelo Parlamento para um mandato de 5 anos. O Parlamento estoniano é unicameral e seus membros são eleitos diretamente por representação proporcial para mandatos de 4 anos.

A capital da Estônia é Tallinn e o país possui 15 condados ou distritos. A última Constituição do país foi adotada em 1992 e o país é regido pelo sistema jurídico de Direito Romano-Germânico.

Tallinn, Estônia, Países do Báltico

Bandeira da Estônia

A bandeira da Estônia é composta por 3 listras horizontais: uma azul, representando o mar e as águas do país; uma preta, representando o solo e o passado de sofrimento do povo; e uma branca, representando a evolução e também a neve.

A economia do país gira em torno do comércio de produtos eletrônicos e de telecomunicação. O país sofre com escassez de mão de obra e por isso o governo encoraja a contratação e trabalhadores estrangeiros.

Viajando para a Estônia

O propósito deste post não foi falar sobre um roteiro específico pela Estônia, mas sim mostrar um pouco do país através da sua história, povo e economia. Espero que com isso, você tenha se interessado em conhecer mais este e outros países Bálticos. Posso afirmar que a experiência é riquíssima e super interessante.

Se você está buscando uma excelente sugestão de roteiro por Tallinn, dê uma olhadinha no Vou na Janela. Para atrações for a de Tallinn e outras dicas, visite o Alma de Viajante. E se inscreva aqui para receber dicas de viagem por este e outros destinos no mundo!

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