Terra do vinho, do mote con huesillo, da centolla e de muitas coisas mais, o Chile é um destino comum para viajantes brasileiros. Apesar de não ser dos países mais baratos da América do Sul, a experiência compensa. Neste post você encontrará sugestões sobre o que fazer no Chile, incluindo o que fazer em Santiago, como ir ao Valle Nevado, e mais.
O Chile tem muitas atrações, para todos os gostos. Eu já mencionei que gosto de fazer tours guiados nos países que visito, pois é uma ótima maneira de se aprender sobre a história local. Então uma boa dica é buscar uma visita guiada grátis assim que você chegar. Com as dicas do guia, você pode selecionar o que fazer e onde ir, adequando o roteiro aos seus gostos.
O que fazer em Santiago: 3 a 4 dias
Cerro de Santa Lucia
No centro de Santiago, há dois cerros (ou morros) principais: o de Santa Lucia possui 69 metros de altura e proporciona uma visão panorâmica da capital chilena. Dali se pode ver Santiago rodeada pela linda Cordilheira dos Andes.
A visita ao Cerro de Santa Lucia é grátis. Para chegar no morro, basta apenas que você suba os vários degraus que levam até o topo. O cerro possui estátuas, jardins com muitas árvores e bancos. Há também uma bela fonte com uma escultura do Deus Netuno. Para chegar no pequeno mirante do cerro, basta seguir adiante pelos degraus estreitos e se perder na paisagem.
Cerro de San Cristóbal
O Cerro de San Cristóbal faz parte do Parque Metropolitano de Santiago, que tem 722 hectares de extensão. Para subir o morro, é possível ir de carro até uma parte, a pé, de bicicleta, de funicular e, desde 2016, de teleférico. Visitar o cerro em si é grátis, mas é preciso pagar para usar o funicular e o teleférico (para preços atualizados com valores de 2017, clique aqui). Vale lembrar que o funicular faz uma parada no meio do morro, para quem deseja descer para visitar o zoológico, e depois segue até o topo (o bilhete que inclui a visita ao zoológico é mais caro).
O funicular vai até praça, que possui quiosques e um mirante. Seguindo adiante por uma escadaria, se chega no Santuario de la Inmaculada Concepción. O Santuário possui uma capela de pedra super singela; uma das mais bonitas que já vi. Seguindo um pouco mais acima, há também arquibancadas e uma enorme estátua da Virgem com 14m de altura. A vista do pedestal da virgem é belíssima. O lugar transmite uma sensação de pura contemplação e paz e dá pra perder horas ali só olhando a paisagem.
Tomar Mote con Huesillos
Não dá para falar sobre o que fazer no Chile e não incluir o mote con huesillo. Bebida típica do país, é uma espécie de suco bastante doce de pêssego em calda com grãos de trigo cozidos e canela. O melhor é tomar a bebida bem gelada. Você pode achá-la em vários pontos da cidade, mas tomá-la contemplando a vista do Cerro de San Cristóbal é experimentar duas agradáveis tradições chilenas ao mesmo tempo.
Experimentar comida chilena (e vinho, claro!)
Eu não sei vocês, mas eu a-d-o-r-o comer. E apesar de eu não comer carne, eu adoro experimentar comidas típicas de diferentes países (desde que sejam vegetarianas, claro).
O Chile possui uma culinária muito rica. E embora muitos pratos tenham carne, eu consegui comer muito bem nos dias que passei lá. Se puder, experimente a marraqueta (pão típico chileno), o ceviche chileno, machas a la parmesana (marisco com queijo), pastel de choclo (uma espécie de escondidinho de carne feito com massa de milho), empanada de pino (pastel assado com carne, ovo, azeitona e uva passa), e o completo (cachorro quente chileno que leva chucrute e abacate). Há muitos outros pratos, mas esses foram alguns dos que vimos por lá.
No mercado central você pode experimentar estes e muitos outros pratos típicos. Pode também comer a caríssima centolla, caso você tenha algumas centenas de reais dando sopa por aí. Só vá munido de muita paciência para lidar com o assédio dos garçons.
La Chascona, Casa de Pablo Neruda
Pablo Neruda, oficialmente Ricardo Eliecer Neftalí Reyes Basoalto, foi um renomado poeta, diplomata e político chileno. Ele ganhou o prêmio Nobel de literatura em 1971 e é considerado um dos mais importantes poetas latino-americanos do século XX.
Portanto, o seu planejamento sobre o que fazer no Chile deve que incluir ao menos uma visita à um dos museus dedicados à Pablo Neruda. Há 3 museus dedicados ao poeta, todos casas onde ele viveu: em Santiago, em Isla Negra e em Valparaíso. La Chascona, em Santiago, foi construída por Neruda em 1953 para sua então amante, Matilde Urrutia. La Chascona era o apelido dado por Neruda à Matilde, devido à sua farta cabeleira ruiva.
No museu se pode ver os cômodos da casa, com objetos originais usados por Neruda e Matilde. Há também diversas coleções de Neruda, que era um acumulador nato, e uma pinacoteca com pinturas de vários artistas. O ingresso custa $ 7.000 pesos chilenos (cerca de R$ 37,00).
Museu Memorial dos Direitos Humanos
Inaugurado em 2010, esse museu relata os abusos da ditadura de Pinochet entre os anos de 1973 e 1990. O museu é grátis e leva umas 2h para visitá-lo. Mas devo avisar que não é uma visita fácil. Eu estudei e trabalhei com direitos humanos e é uma área pela qual tenho paixão. Ainda assim, os relatos expostos no museu me causaram arrepio. Mas vale muito a pena. Porque o objetivo do museu é promover respeito e tolerância para que violações de direitos humanos cessem e não voltem a acontecer. O museu é, portanto, uma excelente oportunidade para conhecer mais da história do Chile.
Museu Chileno de Arte Precolombino
Um excelente museu, é considerado um dos melhores do Chile pelo valor das peças nele expostas. Possui mais de 5 mil peças das regiões culturais Mesoamérica, Intermédia, Andes do Sul, Andres Centrais, Caribe e Amazonas. Portanto, vale muito a pena tê-lo em mente quando estiver decidindo o que fazer no Chile.
Esse foi um dos museus que mais gostei em Santiago porque ele vai muito além da exposição das peças pré-colombianas. Nele você acha informações muito interessantes sobre as crenças e costumes das populações de diversas regiões culturais das Américas. Com isso, o museu te dá um ótimo senso sobre como esses povos viviam.
O ingresso para o museu custa 4.500 pesos chilenos (cerca deR$ 23,00). Para visitá-lo, reserve de 2h a 3h.
Museu de Arte Contemporáneo
O museu está situado no centro do Parque Florestal de Santiago, mas possui também um prédio no Parque Quintana Normal. Ele possui cerca de 2600 peças, entre pinturas, esculturas, gravuras e desenhos.
Quando estive no museu, havia uma belíssima exposição do fabuloso artista chileno Patrick Steeger, com esculturas feitas de madeira. A exposição já acabou, mas a visita ao museu ainda vale a pena para quem gosta de arte contemporânea.
A entrada é gratuita e leva cerca de 2h para visitá-lo.
Mais arte e cultura
Há muito o que fazer em Santiago. A cidade possui uma infinidade de espaços culturais para todos os gostos. Além dos museus que já mencionei, há também:
Além disso, há muitos centros culturais, galerias de arte e teatros. Para mais informações, clique aqui.
Prédios e Monumentos Históricos
Há inúmeros monumentos históricos em Santiago que merecem ser incluídos na sua lista sobre o que fazer no Chile. Se você optar por fazer uma visita guiada grátis, provavelmente verá muitos desses pontos e aprenderá sobre cada um deles. Mas caso queira fazer um tour por conta própria, se certifique de passar por estes lugares importantes: plaza de armas; catedral de Santiago; antigo Congresso; Corte Suprema, Teatro Municipal; Bolsa de Valores; Praça Itália; Palácio La Moneda. Além disso, os bairros Lastarria e Bellavista são bairros boêmios famosos na cidade. No Bellavista, onde fica o museu La Chascona, você pode ver artistas de rua e experimentar comida típica e étnica. O Lastarria possui muitas lojinhas, livrarias, museus e teatros, além de ótimos restaurantes.
Centro Artesanal Los Dominicos
Situado no Parque Los Dominicos, o mercado de artesanato e feira de comida reproduz as características de um povoado tradicional chileno. Composto por ruelas de terra repletas de pequenas casas com tetos de palha, o mercado abriga grande variedade de produtos feitos por artesãos locais. Próximo ao mercado, há também a Parroquia San Vicente Ferrer de Los Dominicos.
Para chegar ao povoado Los Dominicos, basta pegar a linha 1 do metrô de Santiago e descer em Los Dominicos. O preço das passagens de metrô varia de 610 a 740 pesos chilenos, dependendo do trajeto e do horário. Para mais informações sobre o metrô, clique aqui.
Vinícola
Incluir uma vinícola na sua lista sobre o que fazer no Chile é quase que obrigatório. Há muitas opções, desde vinícolas que produzem marcas famosas até vinícolas mais artesanais e um pouco fora rota da maior parte dos turistas. Como tínhamos pouco tempo e queríamos um passeio rápido e de fácil acesso, optamos pelo bastante turístico passeio à Concha y Toro.
Para chegar até a vinícola, você pode pegar a linha 4 (azul escuro) do metrô em Santiago e descer na estação Las Mercedes. De Las Mercedes, você pode pegar um dos mini-ônibus da Concha y Toro, que passam das 9:00 às 16:30, a cada meia hora. Os mini-ônibus custam $ 2.000 pesos chilenos (ou R$ 10,00) por pessoa, ida e volta. Outra opção é pegar um táxi ou os ônibus n. 73, 80 ou 81, que param na vinícola. O táxi custa aproximadamente $ 4.000 pesos chilenos (ou R$ 20,00) o trecho.
O tour na vinícola ocorre todos os dias, das 10:00 às 17:10, e dura cerca de 1h. Há tours em espanhol, português e inglês. A visita custa $ 14.000 pesos chilenos (ou R$ 74,00) e inclui degustação de 3 vinhos e a taça, que você pode levar de presente. Nós levamos entre 3h e 4h para ir e voltar da vinícola. Portanto sugiro que você reserve metade de um dia para ir com tranquilidade.
Para quem nunca foi a uma vinícola ou para quem adora o Concha y Toro, vale a pena. A vinícola foi fundada em 1883 e exporta seus produtos para todo o mundo. Mas eu achei o passeio bem superficial. É mais um passeio para “turista ver” e para vender os produtos da marca. Fiz um outro passeio, em uma vinícola mais artesanal na Argentina, e achei bem mais interessante.
Ir a uma boate de salsa
Se você não gosta de dançar, passe para o próximo item da lista. Mas se você é como eu e sente o sangue latino ferver quando escuta salsa, incluir uma ida à uma boate de salsa na sua lista do que fazer no Chile é uma boa pedida!
Alguns clubes ou boates oferecem aulas de salsa e bachata e depois abrem o espaço para todos dançarem. O custo das aulas varia dependendo do lugar. Fizemos aula no Papagayo’s Club e pagamos $ 2.000 pesos (R$ 10,00) por pessoa. Foi divertidíssimo e é uma ótima maneira de conhecer gente nova e se integrar.
Mas se você quer algo um pouco mais típico, podem também buscar lugares onde se dance “la cueca”, a dança nacional chilena.
Isla Negra: 1 dia
Originalmente chamada Las Gaivotas, Isla Negra é uma praia localizada em El Quisco, a 120km de Santiago. Ali se encontra outra das famosas casas de Pablo Neruda, onde o poeta produziu boa parte da sua obra literária e onde está enterrado junto à sua esposa.
Apaixonado por tudo o que se relacionava ao mar, esta casa de Neruda reflete muito da sua paixão e abriga inúmeras coleções do poeta. Algumas bem inusitadas, como carrancas de proa e garrafas de diferentes cores e formas. De vários pontos da casa se tem uma vista privilegiada do Oceano Pacífico. Além disso, nos arredores do museu há artesãos e lojinhas e é possível também ir até a beira praia.
Para chegar a Isla Negra a partir de Santiago, é possível ir de carro ou de ônibus. Os ônibus partem da estação central de Santiago e o trajeto dura cerca de 2h. Nós fomos com a companhia Pullman Bus, que tem passagens a partir de $ 5.200 pesos chilenos (R$ 27,00) cada trecho. A entrada para o museu de Neruda custa $ 7.000 pesos chilenos (ou R$ 36,00).
Incluir uma visita à Isla Negra ao seu roteiro no Chile vale muito a pena. Reservamos um dia para irmos e voltarmos com calma. Almoçamos na vila, demos uma volta na praia, olhamos os artesanatos, e visitamos o museu com tranquilidade. Chegamos de volta em Santiago no fim do dia.
Valle Nevado na Cordilheira dos Andes: 1 dia
Mesmo que você não pretenda esquiar, é legal incluir na sua lista sobre o que fazer no Chile uma visita a alguma estação de esqui na Cordilheira dos Andes. Primeiro, pela vista espetacular. Segundo, pela experiência de ir a uma estação de esqui. Terceiro, obviamente, pela neve (caso você vá no inverno).
Mais próximo de Santiago, há três estações de esqui: Valle Nevado, El Colorado e La Parva. O Valle Nevado é a maior estação do Chile e também a maior da América do Sul. Talvez por isso, seja a mais visada por turistas. Possui hotéis, bares, restaurantes e spa, além da estação em si.
Nós optamos por fazer um passeio de um dia ao Valle Nevado. Infelizmente, era início do inverno e ainda não havia neve suficiente para esquiar. Mas é possível visitar a estação mesmo assim. E vale a pena, porque o Valle Nevado proporciona uma vista inacreditável da Cordilheira dos Andes!
Para chegar até lá, você pode alugar um carro ou ir com um tour organizado (transfer de esqui). Não é recomendável ir de carro na alta estação (inverno), pois a estrada é sinuosa e pode ter gelo na pista. Por fim, se você for aventureiro (ou louco) e estiver super em forma, pode também ir de bicicleta. Vimos muitas pessoas subindo a Cordilheira dos Andes de bicicleta.
Há várias empresas que oferecem transfers de esqui para o Valle Nevado e outras estações. Algumas delas são KL Adventure, Turis Tour, Turistik, ou Snow Tours, É importante alugar botas próprias para neve (e luvas, calças e casaco também, caso você não os tenha). Embora não tenhamos podido esquiar, gostamos do passeio. Mas a verdade é que não há muito o que fazer ali não ser brincar na neve, contemplar a paisagem e tomar uma bebida bem quente para esquentar a alma.
Outras dicas
Se você seguir essas sugestões sobre o que fazer no Chile nesse roteiro de 1 semana, é possível que ainda sobre um dia extra para fazer outros passeios.
Uma semana é certamente pouco tempo para este país que tem tanto a oferecer! Viña del Mar, Valparaíso, Parque Nacional Torres del Paine, Deserto do Atacama, e Ilha de Páscoa são algumas das várias riquezas do Chile.
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